mercoledì 29 aprile 2009

Fome e vícios- Escrava do Prazer





Tenho fome
da tua carne...
Tenho sede
do teu gozo

Só você me sacia plenamente
Em todos os sentidos e formas

Tenho medo
Dos teus vícios
Tenho ganas
De te devorar

Atiça meus instintos profanos
Em incontáveis ciclos ...

Enfeitiça !
Domina !
Impõe!
Redenção!

No espelho partido que reflete nossas almas
A eternidade não é mais que um instante

Te adoro em silencio
Submissa, dócil
Indecente delírio
Escrava mulher

E que me importa os conceitos se nosso leito
desconhece pudores e limites!

Meu dono e senhor...
Somos pecado e gula
Doce e amargo
Fio cortante e aconchego.

Toma minha alma de um só gole... Brinca com a agonia
A lingua chicote fustigando o cio em gozos ... Perdição.

lunedì 27 aprile 2009

Streep - Tease




Un momento sensuale. Attesa...
Pura esibizione a mosse prestabilite.
Tacco a spillo, decolté feticcio
Piedi, talloni, polpacci
Cuoio, seta... Transparenze
Spalle e colli piegati
Calze di seta nera
Pelle d' oca,seni provocanti
Cinta elastica rossa
Per un filo...Fianchi perfetti
Collana di perle tra le dita
Il sudore scorre lungo la scollatura
Ruotandosi di spalle lentamente
Si spoglia, nasconde il vestito
Sorriso invitante: gambe e cosce
Ondeggiamento, musica e cadenzata
Sorprese, capelli sciolti
Guepiere sfida
Pube e sesso
Lacci, funicelle e nastri
Concedersi
Libertà
Insomma!

domenica 26 aprile 2009

Bonecas Macabras- Giselle Sato


----O PACTO ----



Na porta da casa, conferiu o endereço mais uma vez. Coragem para entrar era outro assunto. Duas mulheres saíram rindo, uma delas deixou o portão aberto:- Tem hora marcada? Pode entrar...

- Vocês gostaram da consulta?

- Claro, ela é ótima.

A moça atravessou o portão, encontrou a porta aberta e sentou-se no sofá. Tudo muito humilde, nada diferente das outras casas: - Pode entrar, estou aguardando.
O som da voz vinha do quartinho, chegou devagar, espiou pelo batente e viu a mulher sentada. Apenas a toalha branca e outra cadeira:- Por favor, sente-se. Como vai?

- Nada bem, estou péssima.

- Fique tranqüila, quero apenas que segure minhas mãos. Está muito nervosa, tente se acalmar para que eu possa trabalhar.

Um altar simples, apenas uma cruz de madeira e incenso. Flores de plástico e muitas bonecas. Todas vestidas de noiva. Nos mais variados modelos, cores e tamanhos. Praticamente , todo o espaço estava tomado, eram como mil olhos de vidro observassem. Vigiando a cada movimento.
Percebeu que a mulher era cega, os olhos azulados como cristal, pareciam duas contas claras. A vidente falava com tranqüilidade:

-Não ligue para elas, são presentes de moças satisfeitas. Sou apaixonada por minhas noivinhas.

- Elas são assustadoras. Parecem de verdade.

- Menina, você não esperava por essa! Seu noivo foi embora, deu um chute no seu dinheiro e nas suas grosserias.

- É verdade, Pedro me chamou de bruxa, disse que eu ia destruir a vida dele. Meu vestido está pronto e os convites já foram distribuídos. Não aceito esta humilhação. Faltam vinte dias para o casamento, ele não pode fazer isto comigo.

- Então é mais o orgulho ferido que amor...

- Não interessa, fui à igreja procurar ajuda. Ia pedir ao padre que intercedesse. Uma moça me entregou seu cartão. Disse que você podia ajudar. Eu pensei... não tenho mais nada a perder...

- Muito bem...mas preciso esclarecer alguns pontos: Não há como quebrar o feitiço e seu caso não vai levar nem três dias.

- Jura? Não desmarquei nada, minha família nem imagina que brigamos.

- A menina precisa aprender a controlar o mau gênio.

- Eu pago o dobro , se garantir que dará resultado.

- Não é questão de dinheiro. Preste muita atenção: Você é responsável por seu destino. Tem certeza que é isto que deseja?

- Faça o que tem que ser feito. Pode deixar, sei muito bem o que eu quero.

Maria Amélia saiu da casinha enojada. Não tinha se dado conta que a noite havia passado. O cheiro forte do incenso, a cara da cega, tudo parecia surreal e confuso. Sentiu-se uma idiota desesperada, caminhando apressada pelas ruas da periferia. Fez sinal para um táxi, queria sair daquele lugar e esquecer o que havia feito.



---BONEQUINHA---


Naquela noite, teve pesadelos horríveis com as cenas do ritual. Os momentos voltavam como uma tortura, acordou aos gritos. A mãe e as irmãs cercavam de cuidados:

- O que aconteceu? Está banhada em suor, que ferimento é este na sua mão?

- Não é nada, arranhei com a faca de pão. Já disse que não gosto daquela faquinha velha. Podem ir dormir, estou bem, saiam daqui. ..Me deixem em paz.

Conhecendo o humor da moça, a família achou melhor obedecer e não perguntar mais nada. No dia seguinte, Maria Amélia estava pálida e com aspecto cansado. Não houve comentários, cada qual tomou seu rumo e a moça resolveu tirar o dia de folga.
A mão estava inchada e vermelha. Precisava limpar o machucado, faria isto mais tarde, estava cansada. O talho fundo, serviu para fortalecer a magia. Um pequeno sacrifício feito com prazer. A dor era como um lembrete e ela queria ver o resultado.
Estava cochilando no sofá, Pedro entrou de mansinho. Parecia assustado, com medo da reação da noiva:

- Amelinha. Está com uma carinha cansada. Sua mãe disse que está doente.

- Me poupe da conversa fiada. O que quer?

- Puxa Amelinha, vim pedir desculpas. Estava com a cabeça quente, nervoso com as despesas do casamento.

- Não entendo sua preocupação, meu pai está pagando tudo.

- Não precisa humilhar assim.

- Agora é tarde, já cancelei tudo e não tem jeito. Esqueceu que me chamou de bruxa?

- Mas meu amor, eu estou arrependido. Você sabe que eu sempre gostei de você.

- Sinto muito. Você para mim, morreu. Morreu!

- Pois que seja, não sei porque estou aqui. Estava trabalhando e larguei tudo feito um doido.

- Daqui a pouco, vai perder o emprego. Deixe meu pai saber o que você aprontou.

- Não faça isto Amelinha, sou arrimo de família.

- Você jogou a sorte pela janela. Nunca vai ser nada na vida, este casamento era sua grande chance.

Maria Amélia estava felicíssima, em menos de 24 horas havia dado resultado. Agora ela queria fazer o noivo rastejar, implorar, suplicar seu perdão...até enjoar de maltratar Pedro...
Então, estaria vingada e aceitaria reatar o noivado. Sabia que Pedro era apaixonado por ela desde menino. O corte latejava terrivelmente, ficou apertando o punho, assistindo o rapaz sair de cabeça baixa.
Minutos mais tarde, já havia esquecido o incidente e assistia TV. Enroscada no sofá, sentiu o movimento e encarou o noivo parado na sua frente:

- Saia daí, quero ver o programa.

Ele sorriu e continuou em frente ao aparelho, impedindo a visão. Amelinha então, percebeu a camisa branca empapada de sangue, na altura do peito. A mancha aumentava mais e mais.
Tentou levantar para socorrer o rapaz. Quando estava bem próxima, estendeu a mão e não havia nada. Pedro havia desaparecido. Sentiu um mau pressentimento, tentou o celular de Pedro:

- Pai? O que está fazendo com o celular do Pedro? O que está acontecendo?

Amelinha desabou na cadeira. A firma havia sido assaltada e Pedro reagiu. Morto.
Ele havia morrido e todo o trabalho estava perdido. Sentiu vontade de voltar à casa da vidente e reclamar. Sentiu raiva de tudo e todos. Principalmente do morto, este sim, o maior culpado.

Trancada no quarto, livrou-se do enterro e da família. Enquanto todos respeitavam seu silêncio, Amelinha deitada no escuro, amaldiçoava a vida. Começou a sentir fortes dores nas articulações. O corpo inteiro formigava e o cansaço não permitia que saísse da cama.
Naquela mesma noite, sentiu que não estava sozinha. Viu o noivo encostado na penteadeira. A mesma roupa ensangüentada, o ar perdido e triste:- O que quer? Você está morto, vá assombrar sua mãe.

Pedro riu e andou até a cabeceira da cama. Amelinha notou que ele tinha os olhos azulados. Vítreos. Pediu mais uma vez que ele fosse embora:- Patético. Até morto é patético. Pra que foi bancar o herói? Agora virou fantasma.

- Fiz de propósito. Minha mãe vai receber meu seguro de vida. Ia perder o emprego, esqueceu?

- Eu estava brincando, queria te fazer sofrer... ia reatar o casamento.

Completamente transtornada, começou a rir. À princípio eram risadinhas de deboche, depois, o riso tornou-se incontrolável. Não conseguia relaxar os músculos faciais. O molar doía, a ponto das gargalhadas, transformarem-se em pura agonia.
Amelinha desmaiou de dor, perdia a razão e não sabia o que fazer. Pedro não a deixava. Era uma sombra pairando a cada respiração. Todo o corpo contraído como estive levando agulhadas.
Ela suplicava que ele a deixasse em paz. Cada aproximação do defunto, provocavam ondas de calafrios. Amelinha se debatia, queria livrar-se do algoz, mas estavam ligados. Unidos.

Precisava ter forças para voltar na vidente e pedir ajuda. A garganta começou a fechar e sentiu as mãos de Pedro em seu pescoço. Amelinha sufocava, desfalecia sem conseguir respirar.
Então ele se foi e o ar entrou em golfadas. O pulmão ardia pelo esforço. Respirar. Não queria morrer , tinha muito para viver. Cada minuto, odiava mais o noivo, ele só queria vingança. Precisava lutar e a dor era uma inimiga poderosa.
No terceiro dia, a mãe forçou um contato:- Filha, precisa comer alguma coisa. Porque está tão escuro? Vou deixar entrar um ar, precisa reagir, estamos preocupados....

- Não , esta luz dói...

Quando uma réstia de luz iluminou o quarto, a mulher tentou conter o horror. A filha estava esticada na cama, completamente retesada.
As mãos tapavam os olhos, o cheiro forte de suor impregnava tudo. Era preciso chamar o médico urgente, Amélia estava muito doente. Rangia os dentes e gemia alto:- É Pedro, ele veio me buscar.

Uma hora mais tarde, a ambulância levava a moça para o hospital. A expressão fechada do médico, era alarmante:- Ela está com tétano, o estado é muito grave. Não compreendo como deixaram passar tanto tempo sem socorro.

- Minha filha acabou de perder o noivo, trancou-se e não quis falar com ninguém. Foram apenas dois dias doutor. Como poderíamos imaginar?

Internada na UTI, Amelinha não reagiu ao tratamento e acabou falecendo. Após a cerimônia, todos lastimavam o destino de Maria Amélia. O casal faleceu com semanas de diferença. Um caso triste e tocante.

O cortejo já ia longe, quando duas mulheres, aproximaram-se do túmulo lentamente. Uma delas depositou a boneca no jazigo recém coberto. No meio das coroas de flores, a bruxinha vestida de noiva, vertia lágrimas...

mercoledì 15 aprile 2009

La Grassottella


La Grassottella

Lena era una donna grassa, bassa, pesava 130 chili e odiava diete ed esercizi. Pur essendo molto allegra e simpatica non riusciva a trovare un innamorato, da sei lunghi anni… Sola ammazzava la tristezza divorando torte, pasticcini e salatini, scatole e scatole di cioccolatini. Inframmezzava le cucchiaiate di gelato lamentandosi della sventura.

Malediceva gli stilisti che non producevano niente di sensuale nella sua taglia. Viveva procurando vestiti scollati e giovanili. La sua vita era un eterno andirivieni al supermercato. Fino a che una volta di queste conobbe il tassista Juarez, cinquanta anni ben vissuti e malato per le grassocce. Fu passione a prima vista.

Juarez la invitò in un bar, ma con il pretesto di aiutarla nella spesa finirono a letto nello stesso pomeriggio. Juarez estasiato dalla mole del seno, dal sedere generoso, cosce prosperose, si sentiva un bambino al luna-park. Delizie delle delizie. “Lenina” con la libido fuori di controllo per il lungo digiuno, non dava tregua al tassista, voleva tutto di più, senza tante frescure.

Cominciando la terza, Juarez chiedeva tregua, acqua, qualunque cosa che lo salvasse dalla maratona: - Mia figlia…ho bisogno di lavorare…vengo più tardi... continuiamo… prometto… alla mia età. “Lenina” concentrata in un bocchino “ …e se lui non ritornasse?” Pensava e baciava, morsicchiava, spingeva da una parte e dall’ altra l’ uomo, scuotendo i capelli. Sembrava una leonessa affamata. Alla fine Juarez era sfinito.

Conseguì uscire dall’ appartamento della grassottella dopo sei ore di sesso selvaggio. Sciupato, sfinito, camminando a malapena. “Lenina” esultava. Che uomo! Magro, basso e pelato. Brutto…ma un animale da letto. Juarez cominciò a far visita nell’ appartamento della grassoccia tutti i giorni. Alla fine, la grassotella con le sue perversioni era un dato di fatto. Scopavano nella scala del palazzo, nella piazzetta, nel taxi, non avevano ne ora ne luogo. La vita era tornata a sorridere. C’era soltanto un problemino: Juarez era sposato e padre di cinque figli. Il taxi non era suo, viveva stentatamente, senza neanche sapere dove sarebbe stato sepolto.

Peggio, viveva chiedendo soldi in prestito all’ amante. Per il figlio malato, medicine per la madre e mille altre cose. Il fido esaurito, la carta di credito bloccata e il libretto di risparmio senza soldi, le discussioni diventarono una caratteristica. “Lenina” decise di terminare con il tassista. L’ unico problema rimaneva la carenza di sesso. Aveva svegliato la belva selvaggia del suo intimo. Soltanto pensava a scopare, scopare e scopare.

Decise di andare a fare shopping, si rilassò guardando le vetrine, cercando nei negozi, passeggiando, mangiando qualcosa e pensando in una soluzione. Coppie abbracciate uscivano dal cinema, passeggiavano mano nella mano. Sentì la mancanza di calore nella sua vita. La sera, Juarez giunse nell’ appartamento della donna. Sospettoso:

- Stai uscendo con un’ altro? Non posso credere che mi stai mollando… Quando mi chiederai di tornare non servirà. Tu non sei altro che una grassa, obesa piena di pensieri.

- Adesso sono grassa?! Prima ero paffutella, graziosa e deliziosa. Ho incontrato si, uno sicuramente più economico che non mi chiede soldi, che non mi fa arrabbiare o mi umilia. Te lo presento!

Aprì una enorme scatola mostrando, trionfante, un immenso vibratore dell’ ultima generazione. Il tassista guardò meravigliato l’ attrezzo in pieno funzionamento:

- Mi vai a sostituire con questo?

-Calma, il suo nome è Juarez. In tuo onore. L’ ho comprato oggi, sono infervorata per provarlo. Guarda come vibra bene, meglio di te Ju!

-Non puoi farlo. E’ molta crudeltà. Dicevi che mi amavi tanto e mi abbandoni per questo coso di gomma.
-Poverino. Sto morendo di compassione. Prima che mi dimentichi: Porca è quella che ti ha messo al mondo! Va a badare i tuoi figli, va...

Tutte le notti “Lenina” gioca con il suo Juarez, silenzioso e devoto. Il cassetto del comodino traboccante di batterie. Non ha smesso di cercare il grande amore. Perlomeno si sente appagata… può scegliere con calma.



Giselle Sato (trad. Maurizio Gennari)
Tratto dal libro: “Meninas Malvadas”

-

giovedì 9 aprile 2009

Silenzi






Cammino avvolta di nubi gelate. Tante nostalgie…
Vago dove persi la speranza e non raggiungo le lettere.
Foglie al vento forte, autunno maculato di marrone, scalpello d’ argento…

Luna chiara, specchio senza stelle, solitudine che tradisco con sogni
Tanta distanza e ricordi! Come sento la mancanza della tua risata… Mani forti, stretti abbracci, letto condiviso con amore.

Oggi ho visto l’alba nell’ oscurità e sussurato lamenti… al tempo. Ho cercato e non ho incontrato niente… eccetto che il vuoto del silenzio.

Giselle Sato (trad. Maurizio Gennari)

Solitudine a due in tempo di crisi.



La crisi finanziaria sta influenzando vari aspetti della vita quotidiana. Se prima sognavamo con viaggi e cene a lume di candela, oggi tentiamo di evitare pignoramenti e pendenze. Fino a che punto una relazione è sufficientemente forte per superare tanta crisi? Comincia con i pagamenti in ritardo, discussioni all’ ora di spuntare le voci della carta di credito, chi ha speso di più e le interminabili giustificazioni.

La coppia non riesce a spegnere il meccanismo della preoccupazione e il peso dei debiti. Il clima romantico non sopporta la pressione e la rottura è naturale. Ognuno mette insieme un mosaico di pesi e misure. Esiste la paura di iniziare un dialogo e cominciare una lite, il panico di esporre i sentimenti ed essere respinto. Molte donne affermano che i problemi finanziari concludono la vita sessuale. Questa solitudine che arriva alla chetichella prende possesso realmente ed é ogni volta peggiore. Non saranno le alchimie di seduzione ad attrarre nuovamente il compagno.

Dividere le preoccupazioni e cercare di incontrare soluzioni è delicato. Per la propria natura emotiva, normalmente le donne aspettano dimostrazioni di affetto come forma di incentivo. Molte volte incontrano nient’ altro che il silenzio che percepiscono come accusa o trascuratezza. La coppia perfetta che da poco tempo ha vissuto in ottima armonia, oggigiorno bisticcia per la mancanza di soldi.

Non si può più fingere che la vita è rosea, bisogna lottare per difendere l’ affetto. Lo stesso che portò a convivere sotto lo stesso tetto non ha ne rate scadute ne interessi. Talvolta si sia perduto in un cassetto ma sicuramente faceva parte del piano iniziale.

L’ affettuosità non paga il conto al mercato ne conforta il cuore. Ma come il buon umore ringrazia! Un abbraccio forte vale molto di più quando ci sentiamo ridotti a pezzi. La mancanza di parole costa solo il sedersi vicinio e al massimo stringere la mano. Abbandonare le abitudini di uscire con gli amici, fare shopping e cenare in ottimi ristoranti non è facile. Può sembrare futile per qualcuno, ma non siamo qui per giudicare.

Al limite ascoltare senza esprimere pareri è già di molto aiuto a chi si lamenta. Non serve esprimere pensieri positivi e che giorni migliori arriveranno ad una persona che ha un’ ipoteca scaduta. Siamo nel momento di rispettare il silenzio e a poco a poco rimettere i pezzi al loro posto, lentamente, con cura perché affliggere è molto facile in questi momenti.

Sesso. Esiste un momento propizio nel quale la complicità e le tenerezze vinceranno la resistenza. Non esiste libido che superi le preoccupazioni con la mancanza di impiego, sopravvivenza e aspettative. Mai si videro tanti visi preoccupati e tristi camminando insieme.

Quando incontro qualcuno di loro, ricordo le ditte e le fabbriche, che tutti ritenevano solidissime. Coppie che sembravano esistere l’ uno per l’ altro, ritrovarsi nemici a causa della divisione dei beni. Tante storie raccontate da diversi angoli… L’ unica certezza è che esigiamo incontrare soluzioni isolate per riconquistare il compagno ed evitiamo gli aiuti. In ambedue le situazioni, stiamo lottando da soli. Il vecchio motto “ l’ unione fa la forza” ancora è valido.

Solitudine a due: momento nel quale non c’è più dialogo e sogni da dividere. La totale assenza di speranza, affetto, rispetto e amicizia. La certezza di giorni plumbei in tempi burrascosi e la paura di non sapere quando l’ incubo terminerà.

Giselle Sato (trad. Maurizio Gennari)

Testo originale: Solidão a dois em tempo de crise

lunedì 6 aprile 2009

Le Sragioni dell’Amore -Carlos Drumond de Andrade


Io ti amo perché ti amo.
Non serve che tu sia amante,
e non sempre sai esserlo.
Io ti amo perché ti amo.
Amore è stato di grazia
e non si paga con amore.

Amore si dà gratis
si semina nel vento,
nella cascata, nell'eclissi.
Amore sfugge ai dizionari
e ai regolamenti vari.

Io ti amo perché non amo abbastanza me.
Perché amore non si scambia,
non si coniuga, né si ama.
Perché amore è amore di niente,
felice e forte in se stesso.

Amore è cugino della morte
e della morte vittorioso, per quanto lo uccidano (e uccidono)
ad ogni istante d'amore.


(traduz. Tiziana Tonon)

sabato 4 aprile 2009

Silêncios - Giselle Sato




Caminho envolta em névoas geladas. Tantas saudades...
Vago onde perdi a esperança e não me alcançam as letras.
Folha ao vento forte, outono matizado em marrons, cinzel de prata...

Lua clara, espelho sem estrelas, solidão que disfarço em sonhos
Tanta distancia e lembranças! Como sinto falta da tua risada...
Mãos fortes, abraços apertados, leito compartilhado com amor.

Hoje amanheci na escuridão e sussurrei lamentos...Ao tempo.
Procurei e não encontrei nada além... Do vazio e silêncio.

Un grande amore….


Ricordi, nostalgie, ferri e fili
Formano antichi gomitoli al forte vento
Vicende dimenticate,polvere del tempo
Gesti, risa, pensieri arditi

Modellando l’amore in soffici nuvole
Essenza morena in dolci promesse
Lettere scambiate,strappate,vissute
Verità e falsità non pesano
Mai

Mi sono svegliata nel miscuglio di sole, luna,stelle...
E ho trasformato la tua vita nel mio cammino
Abbiamo percorso vie strette, stradine,
Parchi, città e grandi viali
Nel tuo corpo, voce, odore e piacere

Circuito il vuoto dello sconforto
In risate dissimulate, ebbre, testarde
Ho seminato, ho ballato, ho perdonato, ho abbracciato…
Ho amato troppo.
Il tempo ha ingannato gli anni e li ha portati via

Foto
Nostre musiche
Gioventù
Colori e sapori
Bramosia
Impetuosità
Abbandono
Tanti sogni
La certezza

Io e te mai siamo stati noi.

Giselle Sato ( trad. Maurizio Gennari)

venerdì 3 aprile 2009

Varenna, La Perla del Lago di Como


Il lago si estendeva fino all’ orizzonte, lontano le montagne svizzere con le cime coperte di neve. Piccoli paesi creavano un paesaggio unico. Idilliaco. Il silenzio rotto dalle onde che battevano sulle pietre, quasi una musica, il campanile della chiesa scandendo le ore con rintocchi perfetti.

Seduta sul molo non riuscivo a staccare gli occhi da quell’ azzurra immensità, trasparente in silenzio e pace. Varenna, lago di Como, nord dell’ Italia. Cigni e anatre nuotando tranquillamente con i piccoli. Simpatica processione, che incanta i passanti di tutte le età.

Sempre questo luogo mi ha dato l’ impressione di un pezzettino di mondo ben custodito, tutto meravigliosamente antico e tradizionale. Palazzi ben conservati, marmi e vernici autentiche. Strade di pietra piene di strettoie e salite, negozietti di souvenir e gelaterie mostrando i sapori.

Le barche si allontanano a intervalli regolari per i villaggi vicini, sono lente a sufficienza perché il tragitto sia apprezzato con tranquillità. Danno vita ad un sentiero di schiuma sulla superficie dell’ acqua, i raggi del sole sembrano bagliori dorati.

E' bello mangiare un panino alla mortadella, seduta sulla panchina dei giardini di fronte al lago. Poi lanciare le briciole ai pesci e rimanere ad ammirare il sole. La sensazione assoluta della maestosità della natura, di essere parte per istanti di uno scenario perfetto, di un attimo giusto di comunione con ogni cosa.

Distesa sul letto enorme e accogliente osservo il lago: la punta dei pini e il chiaro di luna illuminando la baia, toccando l’ anima del poeta nascosta in noi che non osiamo liberare. Le grandi finestre lasciano entrare la brezza frizzante, trascinando gli aromi dell’ alba. Mi piace il baule dell’ inizio del secolo e la piccola specchiera. Indugio pensando a quanti volti già vi furono riflessi.

Porto Piccolo. Un punto dove attraccano le piccole barche trasportando i promessi sposi e gli invitati ai matrimoni. E’ una tradizione sposarsi nella piccola chiesa del luogo. Bella nella sua semplicità. Velando i segreti del tempo in milioni di ricordi. Varenna. Chiudo gli occhi e posso sentire il legno sotto i miei piedi mentre cammino fino alla punta del molo.

E’ li che vado quando la vita è complicata e ho bisogno di ispirazione. Una sensazione ottima, sempre arriva accompagnando la nostalgia. Quasi felice rinnovo le speranze e seguo innanzi.


Giselle Sato (trad. Maurizio Gennari)
Testo Originale: Varenna

mercoledì 1 aprile 2009

A primeira vítima- Giselle Sato




Alice apertou as faixas em volta do abdome inchado,tentando esconder a barriga de quase oito meses de gravidez, mal podia respirar. Temia a sociedade londrina, austera e impiedosa.
A mulher vivia em um cortiço no bairro pobre de Whitechapel, área de prostitutas e bandidos.

Se a senhoria desconfiasse de qualquer deslize seria expulsa e jamais conseguiria outra vaga. Planejava trabalhar mais uma semana e ter a criança, cujo destino seria a roda dos enjeitados.
Por mais dura que fosse a vida em Londres, não queria terminar os dias arando terra e cuidando de porcos no interior da Inglaterra.
As jarras pesadas de cerveja preta eram um tormento. Enchia as canecas, servia os fregueses, recolhia os vasilhames sujos e passava ligeiramente em uma tina de água encardida. As mãos doloridas e esfoladas. O patrão, do alto do balcão, gritava com as moças e exigia mais rapidez nas tarefas.

No velho Pub Ten Tells, os homens bebiam sem parar. Aos poucos as vozes aumentavam. Algumas discussões começavam do nada e sempre acabavam em briga. Piadas sujas eram repetidas inúmeras vezes. Mãos atrevidas tentavam tocar as ajudantes de salão.
Sarah recebia as melhores gorjetas. Ela não se importava de sentar no colo dos bêbados ou exibir os peitos caídos, Alice recusava. Algumas vezes, Sarah ia para o beco dos fundos e por alguns xelins recebia vários homens. O patrão fingia não perceber em troca de favores gratuitos no final da noite.

Três horas da madrugada e Alice ainda varria o chão e limpava as mesas. Dois relutantes bêbados urinavam na calçada e riam descontrolados. Um vizinho irritado, atirou uma garrafa de um prédio próximo. Silêncio.
Chovia e a temperatura havia caído muito. Os pés de Alice estavam dormentes e o corpo doía. Mal acreditou quando atravessou a porta da rua e respirou aliviada por haver cumprido mais um longo dia.
O bairro escuro e mal freqüentado estava vazio. Não tinha medo, preferia voltar sozinha à companhia das colegas de trabalho. Uma viela fedorenta, mais dois quarteirões e estaria em casa.

Mãos surgiram das sombras. Pesadas, em torno do pescoço e da boca. Apertavam com força obrigando a entrega. O som das roupas sendo cortadas pela lâmina afiada,o sobretudo de lã roçando a pele exposta, o cheiro da colônia cara, os sentidos captando cada detalhe.
O homem parou quando as últimas faixas foram arrancadas. Surpreso, tocou a barriga da mulher com a ponta dos dedos. O corpo frágil foi atirado ao chão:-Falsa! Pecadora imunda! Como se atreve a tentar me enganar? Ainda serás castigada!

Foram as únicas palavras. Os passos afastando-se na madrugada, deram-lhe forças para se arrastar até a parede úmida.
Mal embrulhada no velho xale, conseguiu chegar ao quartinho acanhado e juntar os poucos pertences.
O dia amanhecia quando Alice chegou à estação de trem. Precisava embarcar e tentar esquecer todo o horror sofrido. Ir para bem longe da cidade que abrigava o monstro.
O cheiro almiscarado jamais seria esquecido. O toque das luvas macias, a dicção perfeita, marca inconfundível da nobreza.Tudo naquele homem indicava poder.
Alice sentia que se procurasse a polícia em busca de proteção, seria uma mulher morta. Ele a encontraria onde quer que fosse, atribuía ao desconhecido poderes sobrenaturais.

Quando sentiu o trem deslizando nos trilhos, respirou aliviada, afastando-se cada vez mais rápido, para bem longe do mal.
Londres iniciou um ciclo violento de crimes bárbaros naquela noite. Um conhecido maníaco de nome Jack assombraria por algum tempo cada beco mal iluminado, transformando o pesadelo mais temido em realidade macabra.

You Tube